terça-feira, 17 de abril de 2012

Mais do mesmo

Matéria veiculada no Coturno Noturno

" Maria do Rosário quer burlar a lei na Comissão da Verdade

Foto: Agência Estado
Maria do Rosário, a secretária da Dilma para direitos humanos, quer burlar a lei indicando nomes sem a mínima isenção para compor a Comissão da Verdade. Está muito claro, pela lei, que não pode participar quem exerça cargo executivo em agremiação partidária, quem não tenha condições de atuar com imparcialidade e quem esteja no exercício de cargo em comissão ou função de confiança em quaisquer esferas do poder público. Então que safadeza é essa de querer indicar Nilmário Miranda, um dos grandes responsáveis pela farta distribuição de indenizações a guerrilheiros e terroristas, além de ser diretor da Fundação Perseu Abramo, do PT? Ou Clarice Herzog, viúva de Vladimir Herzog? Ou Vera Paiva, filha de Rubens Paiva? Ou o procurador de São Paulo Marlon Weichert - que está processando Carlos Brilhante Ustra?- Ou Belisário dos Santos Júnior - da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e ex-advogado de ex-presos políticos? Além do objetivo de acabar com a Lei da Anistia, se a Comissão da Verdade começar desobedecendo a própria lei que a criou, vai ficar claro para que serve. Para afrontar a Constituição e a democracia. Segundo informações, Dilma Rousseff vai indicar os nomes até o final de abril e tem como conselheiro o ex-marido, Carlos Araújo, um velho ex-terrorista e ex-guerrilheiro. Quanta isenção. "

Propinoduto PTralhas

Matéria veiculada no Tribuna Hoje

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Em conversa, presidente da Delta fala em propina para políticos 



Cavendish fala em colocar '10 paus na mão de nego'
O presidente da Delta Construções, Fernando Cavendish, teve uma conversa gravada na qual ele fala em dar propina a políticos, de acordo com trechos divulgados neste fim de semana pelo site Quid Novi, do jornalista Mino Pedrosa. Em uma das frases divulgadas, Cavedish diz: "Se eu botasse 10 paus na mão de nego, ah, nem precisa muito de dinheiro, mas eu ia ganhar negócio". A Delta confirma a fala, mas diz que a gravação foi feita clandestinamente por um ex-sócio, que o exemplo dado é "hipotético" e foi dito "em tom claro de bravata".

A Delta é a sexta maior empreiteira do Brasil e está envolvida em denúncias de favorecimento ao bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo acusado de chefiar um esquema de jogo ilegal. Reportagens publicadas neste fim de semana mostram a utilização de empresas de fachada para movimentações financeiras entre a Delta e Cachoeira. Segundo "O Globo", Cachoeira usou duas empresas de fachada para movimentar, entre 2010 e 2011, R$ 39 milhões, em parte transferidos pela Delta. O jornal indica que vários saques foram feitos em período eleitoral." Leia mais >>

E ainda tem gente dizendo que a Globo está criando a CPI do Dirceu (veja aqui). É mole?

Não deixe de ouvir o áudio, logo abaixo.


Tem isca no anzol

Diz-se em rodadas de conversas que não existem coisas mais mentirosas do que conversa de pescador. Eis  que parece que a pescaria está se mostrando ainda mais mentirosa lá pelos lados do Planalto da República. Onde, dizem as más línguas, que o tamanho dos peixes são bem generosos. Assim, como parece dizer a foto da senhora Ideli Salvati. A estória que se conta em um dado momento é que o peixe seria deste tamanho.






Depois o peixe, passou a ser deste "tamanhim". Ou será que a lancha não cabia o bicho? Verdade é que essa conversa nem pra boi dormir serve.


Matéria veiculada no portal G1

" A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu nesta segunda-feira (16) abrir procedimento preliminar para investigar o envolvimento da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, em denúncias de supostas irregularidades na compra de 28 lanchas pelo Ministério da Pesca. Ideli foi titular da pasta antes de assumir a articulação política do governo.

A abertura do procedimento preliminar foi motivada por uma representação de autoria do PSDB, protocolada no dia 2 de abril na comissão. O partido pediu que fosse apurado se houve conduta antiética por parte da ministra.

Segundo reportagem do “Estado de S.Paulo”, a empresa Intech Boating foi contratada para construir lanchas-patrulhas de mais de R$ 1 milhão cada. Após a contratação, contudo, a empresa afirma ter sido procurada pelo PT de Santa Catarina para doar R$ 150 mil ao comitê local. Ainda de acordo com o a reportagem, o PT catarinense pagou 81% dos custos da campanha de Ideli ao governo daquele estado, em 2010. Ela perdeu a eleição e assumiu o Ministério da Pesca em 2011." Leia mais >>

O Brasil terá jeito?

Antes de ontem! Há algum tempo o Brasil era tal qual a imagem do galo perfilado e elegante. Cheio de pompas e de glamour. Caminhando a passoas largos e cuidadosos. Mas, vão-se o tempo e eis que o galo garboso e cheio de pompas começa a definhar. Não porque assim deseja. Mas pelas condições em que está sendo imposto. O galo perde gordura e passa a se tornar flácido, anêmico e sem forças. Um galo sujeito a tudo que é porcaria de doenças. Mas eis que surge a pergunta. Será que isso é uma brincadeira com o galo? Não. Isso é apenas para lembrar que o Brasil é o nosso galo. Antes garboso e que aos poucos está definhando pela voracidade e ganância da politicagem desmedida e sem preconceitos de ser desonesta. Colocando em última posição a situação da saúde desse coitado galo. Até parei de ler um pouco as notícias das últimas semanas porque elas me dão nojo e vontade de vomitar. Tamanha a sagacidade e falta de vergonha desses políticos metidos em corrupção e posando de bom moço.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Pobre Brasília. O grotão é logo ali.

Transcrição de matéria do blog do Fábio Pannunzio

" Não há nada mais irritante para um brasiliense, nativo ou por adoção, do que a afirmação de que a Capital da República é um covil de ladrões. A cidade hoje tem quase dois milhões de habitantes, em sua esmagadora maioria constituídos por gente honesta, trabalhadora e indignada com os desvãos da política.

O estigma da ladroagem começou a “pegar” em Brasília — e a ser transportado indevidamente para a população em geral — ainda na construção da nova capital. Desde então, tem-se Brasília como um reduto da bandidagem de colarinho branco. Ampliou-se durante o curto governo Collor. Mas nunca chegou a se justificar tanto quanto na Era Lula, cujas práticas de cooptação de apoios contaminaram 20% dos congressistas que os eleitores brasileiros mandam para lá.

Enquanto a qualidade das relações entre o Executivo e o Legislativo federais se degradava por práticas como o Mensalão, degradava-se igualmente a qualidade da representação local. Os dois processos de desqualificação da política — nos âmbitos local e da representação federal — não têm relação imediata de causa e efeito, mas têm determinantes culturais análogos. Ou seja: um não determina o outro, mas ambos partem dos mesmos paradigmas.

A máquina administrativa do Distrito Federal começou a se transformar num ninho de predadores assim que Cristovam Buarque (PT) deixou o Palácio das Águas Claras. Joaquim Roriz, o último governador biônico do DF, voltou a governar Brasília pelo voto popular. Foi ele quem criou os esquemas de amealhar propina que perduram até hoje no primeiro escalão do Governo do Distrito Federal.

Roriz passou pelo vexame de ter que renunciar para não ser cassado dias depois de ter sido empossado senador. Foi impedido de disputar a última eleição estadual por estar incurso na Lei da Ficha Limpa. Nomeou a mulher para representá-lo. Felizmente, a manobra não deu certo. A capital acabava de viver a agonia traumática do governo José Roberto Arruda, expelido de seu gabinete diretamente para uma cela na Polícia Federal.

A Câmara Distrital aderiu em massa ao balcão em que se transformaram os negócios da administração pública. O show de horrores da corrupção foi para o horário nobre da televisão e se materializou nas cenas pornográficas da distribuição de suborno pelo ex-secretário Durval Barbosa.

Agnelo Queiroz, o atual governador, se apresentou para a população como um contraponto à desmoralização da administração local. Ganhou a eleição prometendo nomear apenas “fichas limpas”. O discurso, no entanto, não guardava coerência com o comportamento do hoje governador, que já vinha sendo denunciado por descalabros no primeiro escalão da República. Dois anos mais tarde, em outubro passado, eles determinariam a demissão de Orlando Silva do Ministério do Esporte, órgão do qual foi secretário-executivo durante a gestão Agnelo.

A passagem de Agnelo pela ANVISA também não o recomendava. No rastro de sua história, começaram a surgir denúncias cabeludas, como a do pagamento de propina pelo lobista de um laboratório farmacêutico. O governador construiu uma versão na qual nem ele mesmo acredita: teria emprestado R$ 5 mil ao lobista, que antes negara conhecer.

O eleitor consciente da Capital da República ficou em um autêntico beco sem saída no segundo turno das últimas eleições. Era Agnelo ou Weslian Roriz. A ausência de alternativa foi abordada por este blog em artigo intitulado Em Brasília, é melhor anular o voto do que coonestar o baixo nível da campanha, pubicado em 23 de outubro de 2010. O post propunha ao eleitor votar nulo por absoluta falta de perspectivas entre os candidatos disponíveis.

O texto trazia uma predição lógica. Afirmava que “quando o pesadelo recomeçar, porque é certo que recomece, o eleitor que tenha anulado seu voto poderá ao menos dizer com orgulho que não delegou a ninguém o direito de lhe roubarem”. Dito e feito. Aí está Agnelo novamente enredado na ribalta dos escândalos políticos, agora por supostas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira e a empreiteira Delta, que cuida do lixo na cidade.

Não se conhecem ainda a profundidade nem a extensão dos comprometimentos do governo Agnelo Queirós com a máquina de corromper da jogatina goiana. Mas os elos estão aí — e as negativas novamente começam a soar como desculpas esfarrapadas de um governo acuado por suas próprias contradições. Já chegaram à antessala do governador. É possível que logo atravessem a porta de seu gabinete.

A saga dos brasilienses não aconteceu por acaso. As hordas que se sucederam no GDF foram eleitas diretamente pelo voto livre da maioria da população. Mas muito do que está acontecendo deve ser debitado ao escopo reduzido de alternativas eleitorais eticamente sustentáveis apresentado pelos partidos políticos. Foram eles, mais do que os eleitores, que transformaram a Capital da República num dos grotões mais atrasados e retrógrados da política brasileira.

Para quem seguiu o conselho do blog, resta sempre a justificativa moral de dizer que, ao anular o voto, não delegou a ninguém o direito de lhe roubar. "

domingo, 8 de abril de 2012

Blog do Ricardo Gama: Bicheiro Carlos Cachoeira amigo do senador Demóste...

Blog do Ricardo Gama: Bicheiro Carlos Cachoeira amigo do senador Demóste...: . Fico pensando, como esse bicheiro arrumou R$ 15 milhões para pagar ao advogado Márcio Tho maz Bastos (ex-ministro da justiça do Governo...

Repercutindo o Blog: EBC paga R$ 1 milhão de aluguel por prédio ocioso (O Globo)

Matéria veiculada no blog do Fábio Pannunzio



Entrada da nova sede da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), antiga Radiobrás, em BrasíliaO GLOBO / GIVALDO BARBOSA


BRASÍLIA – A Empresa Brasil de Comunicação (EBC), criada em 2007 para substituir a Radiobrás, ainda não conseguiu operar transmissões ao vivo e instalar as principais redações no prédio alugado em 2009 por quase R$ 1 milhão mensais. O prédio foi alugado mesmo sem capacidade energética para suportar o funcionamento continuado e simultâneo de um sistema de comunicação, com TV, rádio e agência de notícias. A AR empreendimentos, responsável pelo contrato de aluguel, já recebeu da União R$ 21,43 milhões, entre 2010 e 2012, de acordo com o Portal da Transparência.

Também houve atrasos provocados pela empresa contratada para adaptar o prédio ao funcionamento do sistema público de comunicação. A EBC admite o atraso, e prevê que as novas instalações só devem operar plenamente no final do ano. A estrutura tem 19,3 mil metros quadrados e, em valores atualizados, custa mensalmente aos cofres federais R$ 935,6 mil. Carro-chefe da EBC, a TV Brasil continua operando na antiga sede, que funciona em condições precárias. A redação da Agência Brasil – agência de notícias na internet -, que não demanda a construção de estúdios, não foi transferida.

A nova sede abriga os funcionários e a estrutura da EBC Serviços, responsável pelo canal NBR, transmissora das atividades do governo. As produções do resumo do noticiário, entregue aos órgãos públicos, e dos programas “Café com o Presidente”e “Bom Dia, ministro” já mudaram de endereço. Dirigentes calculam que 572 funcionários da EBC, de 1.100 em todo o Brasil, já trabalhem na sede nova.

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OUTRO BRASIL: Sobre democracia, Mafalda e a escolha – por PT e P...

OUTRO BRASIL: Sobre democracia, Mafalda e a escolha – por PT e P...: Sobre democracia, Mafalda e a escolha – por PT e PSDB - do 2º colocado na lista por ALCEU LUÍS CASTILHO ( @alceucastilho ) O governador Ge...

Petista que dirige a CAPES é pego com a mão na bolsa.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes) - órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pelos programas de pós-graduação no País - tem um dos seus chefes inadimplente com a própria Capes. O diretor de Programas e Bolsas da Capes, Emídio Cantídio de Oliveira Filho, aparece como inadimplente em três convênios de pesquisas, dois deles desde 2007. Juntos, eles representam um investimento de R$ 66 mil.

Os convênios foram firmados em 2006, antes de Oliveira Filho assumir o cargo na Capes - o que ocorreu em meados de 2007. Ele é professor vinculado à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), instituição da qual já foi reitor (mais informações nesta página). Os convênios tiveram os prazo de vigência expirados durante o período em que ele já estava na direção do órgão - mas até agora o responsável pelo zelo às regras da Capes não se regularizou com a instituição para qual trabalha.

A Diretoria de Programas e Bolsas da Capes, dirigida por Oliveira Filho, é responsável, entre outras coisas, pelo acompanhamento dos bolsistas e beneficiários de programas. Sob sua responsabilidade está, por exemplo, a Divisão de Acompanhamentos de Programas, que tem a responsabilidade de fazer as estatísticas sobre inadimplência de bolsistas no País. Oliveira Filho consta como inadimplente no Portal da Transparência, do governo federal. De acordo com o MEC, ele teria finalizado os três projetos e o problema seria de prestação de contas.Leia mais aqui.

Fonte: O Estadão

Nota do Notaveisinotaveis: Incrivelmente alguns blogs ditos progressistas não denunciam essas falcatruas e fica a pergunta? Qual o motivo? Não é novidade a essência desse senhor desde quando era reitor da UFRPE. Aliás, seu reitorado só existiu face a situações nada convencionais (leia aqui o reitor sem candidatura da UFRPE, nota da SBPC). O que esperar desse cidadão?

Os supersalários dos ministros do PT

Matéria veiculada no Estadão




Artifício largamente empregado em governos passados para proporcionar uma remuneração de mercado a integrantes do primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios, os conselhos de administração e fiscal de estatais e empresas públicas continuam a ser usados para turbinar os salários de ministros de Estado. Levantamento feito pelo Estado nos 38 ministérios do governo da presidente Dilma Rousseff aponta que um terço dos ministros integra hoje uma elite do funcionalismo com supersalários que ultrapassam o teto salarial de R$ 26.723,15. São 13 ministros que engordam seus rendimentos com jetons por participação em conselhos de empresas.

O campeão é o ministro da Defesa, Celso Amorim, que acumula seu salário com o pró-labore de R$ 19,4 mil pagos pela participação no Conselho de Administração da Itaipu Binacional. São R$ 46,1 mil mensais brutos de remuneração. A renda do ministro poderia ainda ser maior, se não houvesse o abate teto, mecanismo que impede Amorim de acumular na integralidade seus vencimentos de ministro da Defesa com a aposentadoria do Itamaraty. Diplomata de carreira, Amorim é aposentado do Ministério das Relações Exteriores desde 2007.

No comando da área econômica do governo, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, estão empatados na segunda posição do ranking dos mais bem pagos da Esplanada, com renda mensal bruta de R$ 41,5 mil. Ambos são conselheiros da Petrobrás e da BR Distribuidora, com jetons que alcançam quase R$ 15 mil mensais. Miriam Belchior poderia ganhar ainda mais: como titular da pasta do Planejamento, ela é obrigada a fazer parte do Conselho de Administração do BNDES mas, segundo sua assessoria, abriu mão de receber o pró-labore de R$ 6 mil por essa participação.

O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) engorda o salário com jetons de dois conselhos: é presidente do Conselho de Administração do BNDES, onde ganha R$ 6 mil mensais brutos, e integra também o BNDESPar, recebendo R$ 5,3 mil. Braço direito de Dilma, Pimentel usufrui de R$ 38,1 mil por mês de renda. O vencimento do ministro da Ciência e Tecnologia é inferior ao do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, que acumula o salário de ministro com os jetons de duas empresas: BrasilPrev e BrasilCap, chegando a ganhar R$ 38,7 mil mensais.Leia mais >>

Professor da UFPA denuncia ameaça à pesquisa científica

Matéria veiculada no blog Viomundo

Professor da UFPA denuncia ameaça à pesquisa científica no Brasil

em Racismo Ambiental, sugestão dos professores Marcos Garcia e Caio Toledo

A autonomia da pesquisa científica encontra-se ameaçada na universidade brasileira. No dia 10 de fevereiro de 2012, através do Memo nº35/12FA/PG, assinado pela Sra. Sandra Valeska Martins Leal, Procuradora Federal, foi comunicado ao Prof. Enéias Barbosa Guedes, aluno egresso do Curso de Mestrado, do Programa de Pós-Graduação em Geografia – Faculdade de Geografia e Cartografia, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará a existência do Processo Ação Ordinária de Dano Moral 35947-07.2011.4.01.3900, no qual a UFPA e o Prof. Enéias Barbosa Guedes são constituídos Réus.

A Sra. Eva Maria Daher Abufaiad, representada pelos advogados Abraham Assayag e Marcos J. Assayag do Escritório de Advocacia Abraham Assayag, introduziu uma ação de indenização por danos morais c/c obrigação de fazer e pedido de tutela antecipada em 03 de outubro de 2011. O documento encaminhado ao Juiz Federal da Vara da Seção Judiciária do Estado do Pará expõe como “razões de fato e de direito” - Dos Fatos que “Ao navegar pela rede mundial de computadores – internet, a autora se deparou com a dissertação de mestrado em Geografia, abordando o tema “TERRITÓRIO E TERRITORIALIDADE DE PESCADORES NAS LOCALIDADES CÉU E CAJUÚNA, SOURE, PARÁ”, publicada nos endereços eletrônicos da UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA e do MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO”. (Processo P. 4) E continua: “Ao acessar o conteúdo da referida tese de pós-graduação a autora teve mais que um profundo dissabor, eis que possui excertos com afirmações infundadas, inverídicas e denegritórias da imagem e reputação não apenas da mesma como também de sua família, senão vejamos:

“(…) Essas vilas limitam-se ao norte, com a fazenda Caju-Una (propriedade da família do Sr. Alacid Nunes), ao Sul, com a fazenda Bom Jesus, a leste com a Baia do Marajó: e oeste, com as terras do patrimônio da união arrendadas pela família Abufaiad, constituindo em grande latifúndio no município, terras que hoje essa família diz lhes pertencer (Grifo nosso).

“Há, ainda, os conflitos envolvendo fazendeiros criadores de búfalos e os moradores vizinhos. Tais conflitos são frequentes, pois nos campos naturais de Soure existem grandes lagos, concentrando espécies de peixes de água doce que sempre foram explorados pelas populações locais. Não obstante, a intensificação da criação de gados bufalinos vem destruindo esses territórios de pescadores, pois a natureza do próprio búfalo provoca erosão, diminuindo as possibilidades da pesca de subsistência das populações locais. Fato que provoca intensos conflitos como os que ocorrem na fazenda da proprietária Eva Abufaiad. Essa proprietária contrata seguranças para vigiar os lagos e córregos de água da sua fazenda, impedindo a pescaria das coletividades ceuenses e cajuunense que historicamente sempre exploraram esses territórios. Ê a propriedade privada privando os humanos de suprir suas necessidades de existência materiais. (Grifo nosso).” (Processo p. 5)1

No resumo dos fatos lê-se que “Humilhada, a autora registrou um boletim de ocorrência 0080/2011.000128-0, em 19.02.2011, em que expõe ter sido acusada “peremptoriamente a autora e sua família de perseguir pescadores das localidades de Cajuúna e Céu, no Município de Soure, PA”.

“No Mérito”, com o título “Da configuração do dano moral” situa a idoneidade e boa fé da autora, não se podendo dizer o mesmo em relação ao réu Enéias Barbosa Guedes, o qual colocou em risco a incolumidade moral de uma família tradicional do Marajó, trazendo transtornos de cunho psíquico imensuráveis, ao criar, temerariamente, tese cientifica alicerçada em afirmações sem qualquer embasamento empírico”. (Processo p. 8).

Acrescenta “Portanto, resta evidente a presença de dano moral, passível de compensação pecuniária nos termos do artigo 5, V da CF/88”. No Pedido II, a condenação dos réus, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), como forma de compensar o dano moral impingido. IV sejam condenados os réus ao pagamento dos honorários advocatícios a razão de 20% sobre o valor da causa” (Processo P. 14-15).

Inicialmente é preciso considerar e respeitar a seriedade do trabalho acadêmico de qualidade, que consiste uma dissertação de mestrado em geografia, visto que se trata de um trabalho de cunho científico que sintetiza os resultados de investigação, análise e interpretação de uma determinada situação geográfica. Tudo isso sustentando, presidido e estruturado por categorias, conceitos, teorias e método necessários à pesquisa científica.

É preciso respeitar a seriedade do Programa de Pós-graduação em Geografia onde a dissertação foi gestada. Trata-se do primeiro curso de mestrado em geografia da Amazônia, com um quadro de professores reconhecidamente respeitado, por sua trajetória de pesquisa séria e comprometida com a construção de um conhecimento necessário à melhoria da sociedade onde a Universidade está inserida. Pesquisadores conhecidos nacional e internacionalmente pela seriedade de suas pesquisas e grupos de pesquisa.

É preciso respeitar o trabalho de orientação desenvolvido pelo docente do programa, pois no decorrer de sua pesquisa de dissertação o discente é orientado por um professor, que acompanha a trajetória da pesquisa, discutindo cada passo. O trabalho de orientação começa desde o momento em que docentes e discentes são apresentados e compreende um longo percurso de reuniões, elaboração de texto, coleta de informações, sistematização de dados, apresentação dos primeiros resultados em encontros de área. Neste percurso um dos momentos fundamentais é a construção do relatório de qualificação, onde o discente expõe para uma banca de examinadores os resultados preliminares de sua pesquisa.

É preciso respeitar a seriedade dos pesquisadores que compõem as bancas examinadoras da dissertação, seja no momento da qualificação, seja no momento de final de sua defesa. Pois bem, quando a dissertação está concluída, ela é submetida ao exame de defesa, onde pesquisadores de várias instituições estudam os resultados da mesma, expõem suas considerações e submetem o discente a arguições. Enfim, emitem parecer acerca do mérito acadêmico e científico da pesquisa. Neste caso, a dissertação foi concluída e defendida publicamente no dia 20 de abril de 2009. A arguição foi realizada pela banca examinadora composta pelos Professores: Dr. João Márcio Palheta (Orientador – IFCH/UFPA), Dra. Márcia Aparecida da Silva Pimentel (Co-orientadora – IFCH/UFPA), Dr. Sérgio Cardoso de Morais (Examinador Interno – Centro de Educação/Campos Bragança/UFPA) e Dra. Lisandra Pereira Lamoso (Examinadora Externa – Universidade Federal de Grande Dourado/ UFGD, Mato Grosso do Sul).

Por fim, mas não menos importante, é preciso respeitar o tema de preocupação científica da geografia que é a sociedade, mais precisamente sua dimensão espacial. A pesquisa em geografia consiste em elucidar como a sociedade adquire dinâmica espacial e como esta influencia na dinâmica social. Desse modo, enfoca com maior ou menor intensidade os usos e abusos do território pela sociedade; este entendido como quadro da vida. A dissertação do professor Enéias integra esse campo científico, trata-se de um estudo que debate a problemática da pesca nas localidades Céu e Cajuúna no município de Soure, na microrregião do Ararí, na mesorregião do Marajó, no Estado do Pará. Nele o autor revela a dimensão territorial da pesca para entendimento dos territórios e territorialidades dos pescadores. A partir de um olhar geográfico, o trabalho questiona a apropriação, o domínio e o uso do espaço pelos pescadores. Para tanto, apontou, com base em trabalho de campo, as ações dos diferentes atores sociais envolvidos na problemática abordada, entendendo o sentido da territorialidade dos pescadores locais, suas formas de relação com a natureza e de organização do trabalho para melhor visibilidade dos territórios dos pescadores. Esses territórios são definidos e apropriados no meio aquático, tendo sua configuração imprecisa e por ser vasta sua “posse” é muito fluida, devido à dinâmica sazonal da água e do pescado.

Portanto, a ação movida contra o professor Enéias Barbosa Guedes desrespeita a autonomia do pensamento científico, desrespeita o Programa onde a dissertação foi gestada, desrespeita o trabalho do professor orientador, dos pesquisadores que compuseram as bancas examinadoras de qualificação e de defesa; enfim, desrespeita o próprio tema de investigação da ciência geográfica. Por tudo isso tal ação é repudiável!

Pesquisadores da Universidade Federal do Pará em conhecimento deste processo consideram importante divulgar e construir uma reflexão sobre as restrições e imposições para o trabalho de pesquisa cientifica. Formas de amordaçamento, de judicialização dos pesquisadores constitui um perigo para a Ciência, para os agentes sociais, que mediante relações de pesquisa confiam neste conhecimento balizador de esquemas de compreensão e transformação da sociedade ao seu favor. A quem e a que serve a Ciência? Este processo constitui uma seria ameaça para os pesquisadores e discentes da Universidade Federal do Pará e de todas as Universidades Brasileiras que poderão encontrar na sua frente o peso da censura, da autocensura, como o medo de uma decisão judicial que venha julgar sob a perspectiva da moral.

Peço aos pesquisadores que apoiam a causa, que enviem notas de apoio ao Prof. Eneias Guedes, para o e-mail enéias.guedes@bol.com.br ou enéias.guedes@hotmail.com

Prof. Dr. João Santos Nahum
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geografia
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA
Campus Universitário do Guamá
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

Nota:
1 . As citações foram retiradas das paginas 91 e 130 da dissertação. O trabalho de mestrado está disponibilizado na internet, no site: www.ufpa.br/ppgeo/ocumetnos/eneiasbarbosaguedes.pdf.

Fonte: Blog Viomundo

sábado, 7 de abril de 2012

E eu não me surpreendi.

A chamada de matéria apresentada no blog Viomundo em nada me surpreende. Mas, existem muitos que ainda veneram esse governo.

"
Stedile:O governo Dilma virou um bando de tecnocratas de costas para o povo

da Página do MST

Veja entrevista de João Pedro Stedile, da direção nacional do MST, aos jornalistas Heródoto Barbeiro e Andrea Beron, no Jornal da Record News, na noite desta quinta-feira, 5 de abril." Leia mais >>

Fonte: Viomundo

Emoção a flor da pele!

Paixão de Cristo é em Pernambuco! Veja aqui

terça-feira, 3 de abril de 2012

Alfredo gasta fortuna para processar blogueiro

Tinha de ser um ex-ministro da Presidente Dilma. Leia parte da matéria veiculada no blog Ronaldo Tiradentes


"O senador Alfredo Nascimento, aquele que não manda nada no Partido da República e que só sabe fazer discursos preparados pelos assessores, está gastando uma boa fortuna para processar este blogueiro.

Para alcançar seu objetivo, o ex-ministro dos Transportes, contratou o escritório Gordilho, Pavie e Frazão Advogados Associados, um dos mais caros do país.

Alfredo ingressou com uma Ação de Danos Morais contra este jornalista, atribuindo-me a responsabilidade pela demissão dele no Ministério dos Transportes. Alfredo está tonto até hoje com a humilhante queda do poder. E eu não fui o responsável pelo escorraçamento dele da Esplanada dos Ministérios.

Quem derrubou Alfredo foi a corrupção que tomou conta do Ministério dos Transportes e do DNIT, associados ao enriquecimento súbito do filho Gustavo Morais, que desfila pelas ruas de Manaus numa reluzente BMW X6, que custa mais de 400 mil reais e se exibe no Facebook com uma coleção de relógios HUBLOT, LOUIS VUITTON e AUDEMARS PIGUET, avaliados em mais de 50 mil reais cada um.

Alfredo foi apeado do Ministério dos Transportes em meio ao maior escândalo de corrupção registrado no governo Dilma Roussef e tenta jogar a culpa em mim.

Trata-se de um cínico.

Alfredo deveria mostrar para os amazonenses que o elegeram, qual é a origem do dinheiro usado para pagar um dos advogados mais caros do país. De onde vem a grana, Alfredo? Sou advogado bem relacionado em Brasília e sei quanto custa uma petição do ex-ministro Pedro Gordilho." Leia mais >>

A escandalosa escalada PTista

Está no blog Coturno noturno


ESCÂNDALOS DA ERA LULA PT, MENSALÃO, CORRUPÇÃO DO PT NO GOVERNO – A Herança Maldita da Era Lula

Onde se vai parar?

Reprodução de matéria veiculada no blog Coturno noturno em 28/10/2011.




"Briga no galinheiro da Dilma: petistas não sabem se tornam gente ou continuam no crime

28 de outubro de 2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

www.coturnonoturno.blogspot.com

MAVs(*)pedem a cabeça da Dilma.

As áreas de comentários da esgotosfera continuam um show depois da queda de Orlando Dias. Demitir um ministro envolvido com corrupção é algo inaceitável para as ratazanas vermelhas. Leiam, abaixo, mais uma série de comentários:

Deveríamos, assim como nas Diretas, ocupar a Sé : Occupy Sé pela Ley de Medios !!!! SE HOUVESSE OUTRA OPÇÃO, EU MANDAVA O PT PRA PQP. Depois do que a Cristina tá fazendo na Argentina, não temos mais desculpa.

E se coloca outro sujeito indesejado e mal visto, aprovado pela CBF e pelos reizinhos da vida. Aldo Rebelo deveria ir cuidar da plantação de mandioca dele!

O tabuleiro da Dilma tem 39 ministros; se continuar entregando um a cada 37 dias, chega até a eleição com um ou dois ministros sobrando. Daí poderemos votar no Lula de novo.

Depois desta, só me resta pedir: Fora Dilma, FORA!

Você quer o Temer como presidente? A Veja quer, pelo jeito.

Se essas acusações (sem provas) foram aceitas com suficientes para derrubar um ministro, quais agora não serão para derrubar qualquer outro, inclusive a Presidenta?? Estamos em maus lenções! (sic) E hoje, eu diria que não perdemos uma batalha, acho que a guerra também. Precisamos urgente de uma resposta ou já era! O governo Dilma está a beira de seu fim. Nao será Haddad o proximo. Lupi do ministerio do Trabalho será o alvo.

Presidenta, teu nome é Covardia, sobrenome Traíra e a tua recompensa será o meu desprezo. (*) MAVs, Milícias para Ataques Virtuais, criadas pelo PT.

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É esse avanço do PT de dona Dilma

Recentissima matéria veiculada no portal da Sociedade Brasileira de Física que reproduzo logo abaixo mostra, mais uma vez, a quase nula ou total incapacidade do atual governo da senhora Dilma atual presidente do Brasil (o país dos desdentados) para com a área da Ciência e Tecnologia e, por consequência e causa, para a Educação. Sem entrar no mérito das demais áreas como saúde, educação, segurança pública, etc. Já comentei nesse blog as várias facetas desse governo PTralha que subjuga a classe trabalhadora usando de artíficios coronelistas dos bolsas disso e bolsa daquilo sem, efetivamente, tratar da questão e premissa que diz respeito a avanços nas áreas que foram, relativamente, efetuadas pelo ex-presidente Lula. Aliás, diga-se de passagem, que o governo Dilma tem prestado um desserviço ao povo brasileiro em questões básicas e pondo em seu ministério ministros de caráter bastante duvidosos que faz perigo passar em porta de delegacia (leia aqui algumas pérolas desse(a)s senhore(a)s : pérola 1, pérola 2, pérola 3,  pérola 4). Mas, caro leitor, leiam o que de antemão prevíamos com as sucessivas tesouradas nos recursos em áreas estratégicas para o Brasil. Em contra-partida, o que não faltará (e parece não falta mesmo) é dinheiro para a Copa 2014 (leia aqui "baixando as saias" para a Copa), o "furgão" movido por trem bala, etc, etc. E "vamu qui vamu". Eita Brasil!

"Cortes no orçamento de ciência ameaçam futuro do Brasil

Decisão do governo de reduzir a verba do MCTI a dois terços do que era em 2010 entra em rota de colisão com diversas conquistas recentes da política científica federal

Os cortes propostos pelo governo federal ao orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) podem colocar a perder muitos dos significativos avanços obtidos nos últimos anos e vão na contramão de outras medidas adotadas pela própria União em tempos recentes, como a expansão da infraestrutura de ensino público universitário e a busca pela internacionalização da ciência brasileira.

Esse é o diagnóstico quase unânime dos cientistas ao tratar da redução em cerca de 22% na verba federal destinada ao sistema de CTI brasileiro para 2012. É o segundo ano consecutivo em que há contingenciamento de recursos destinados ao MCTI. Somados, os dois cortes fizeram o valor disponível ao Ministério cair de R$ 7,8 bilhões, em 2010, para R$ 5,2 bilhões, neste ano. Mesmo sem levar em conta a inflação no período (que tornaria a situação ainda mais alarmante), o orçamento foi reduzido a dois terços do valor do último ano do governo Lula.

O anúncio dos cortes, justificado no governo pela crise financeira internacional, foi veementemente criticado por representantes da comunidade científica. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Sociedade Brasileira de Física (SBF) e a Sociedade Brasileira de Astronomia (SAB) estiveram entre as entidades que divulgaram notas de repúdio à ação federal.

Os protestos não se limitaram à esfera científica. Representantes do setor industrial, preocupados com o impacto dos cortes no estímulo à inovação – fator essencial para a preservação da competitividade da indústria braseileira no cenário internacional – também se manifestaram contrários à restrição de recursos.

“No momento em que o Brasil começa a se afirmar no cenário internacional, consideramos tal redução orçamentária um grave retrocesso para a política de formação de recursos humanos qualificados e o desenvolvimento científico nacional”, afirma Celso de Melo, presidente da SBF. “É desanimador constatar que, pelo segundo ano consecutivo, cai a fração do PIB aplicada em ciência, tecnologia e inovação, o que nos coloca cada vez mais distante dos percentuais observados para o setor nos países desenvolvidos.”

Contraste internacional

Mais do que aumentar a distância entre nós e as nações mais avançadas, a decisão – que os cientistas ainda esperam reverter – coloca o Brasil em forte contraste com outros países em estágio similar de desenvolvimento. Na China, por exemplo, a despeito de uma expectativa menor de crescimento (a exemplo do que ocorre aqui), o primeiro-ministro Wen Jibao anunciou em março um aumento de 12,4% no orçamento para ciência e tecnologia, atingindo a expressiva soma de US$ 36 bilhões. Dentre as medidas adotadas, incluem-se uma elevação de 26% nas verbas voltadas à pesquisa básica e um incremento de 24% no montante de recursos destinados às universidades de elite.

“É interessante notar que o aumento do orçamento para pesquisa e a redução do crescimento foram anunciados no mesmo discurso, o que indica uma consciência muito clara sobre o papel da ciência, da tecnologia e da inovação no futuro da China”, comenta Luiz Davidovich, pesquisador da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e membro do conselho da SBF. “Infelizmente, não podemos dizer o mesmo do Brasil.”

Impactos imediatos

Em alguns estados da federação, como São Paulo e Rio de Janeiro, há uma “rede de proteção” estadual consistente que pode amenizar um pouco os impactos, com fundações de amparo à pesquisa (FAPs) consolidadas e financiando importantes trabalhos das comunidades científicas locais. Contudo, nas regiões menos desenvolvidas do país, como o Centro-Oeste, o Nordeste e, sobretudo, o Norte, essa estrutura local ainda não tem participação tão significativa nas verbas destinadas ao sistema de CTI, e o resultado dos cortes pode ser ainda mais dramático.

“O financiamento do MCTI constitui a parte mais significativa do investimento na região”, diz Luis Carlos Bassalo Crispino, físico da UFPA (Universidade Federal do Pará). “Isso acontece porque as fundações de amparo à pesquisa do Norte, quando existem, são muito jovens e ainda não apresentam continuidade em seus investimentos. Para que se tenha uma ideia, nem mesmo todos os estados da região possuem uma FAP.”

O estrangulamento do orçamento nacional para pesquisa cria ainda mais complicações com o recente movimento do governo brasileiro de ampliar a rede de universidades federais – um esforço para democratizar o acesso ao ensino superior público de qualidade e abrir vagas para os doutores formados no país.

“Atraídos por essa nova oferta de emprego, diversos brasileiros foram repatriados. Em um prazo de dois anos tivemos um aumento de cerca de 20% no número de professores em diversos departamentos de física no país”, afirma Marcia Barbosa, diretora do Instituto de Física da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e vice-presidente da IUPAP (International Union of Pure and Applied Physics). “O Brasil se tornou um celeiro de empregos e atraiu pesquisadores de todo o mundo que se interessavam a vir aqui para estágios de pós-doutorado.”

Contudo, com o corte de recursos para a pesquisa nos últimos dois anos, esse tiro pode acabar saindo pela culatra. Os doutores recém-formados absorvidos nas vagas de docência nessas instituições estão sendo obrigados a abandonar seus esforços de pesquisa, sem verba que estão para conduzi-los.

“Aliás, esses jovens já estão sofrendo um verdadeiro massacre, pois em várias instituições nacionais devem lecionar 12 ou mais horas de aula por semana. Em instituições de pesquisa de países desenvolvidos, a carga horária típica semanal em sala de aula de um professor é de cerca de 3 horas por semana”, diz Davidovich.

“Com a atual carga horária, e um fraco apoio às atividades de pesquisa, estamos liquidando o que há de mais precioso nos ambientes de pesquisa: o vigor e a criatividade de jovens pesquisadores. Nessas condições, fica difícil competir com os países mais desenvolvidos”, completa.

Corre-se o risco de as novas universidades públicas replicarem o modelo do ensino superior privado, que, salvo poucas e louváveis exceções, se dedica única e exclusivamente à emissão de diplomas, sem se preocupar com a produção de conhecimento.

Sem Fronteiras e Sem Futuro

O estrangulamento dos orçamentos de pesquisa também entra em rota de colisão direta com uma das grandes bandeiras recentes do governo brasileiro, o programa Ciência Sem Fronteiras, destinado a financiar bolsas de estudo em universidades estrangeiras.

“Uma consequência direta desses cortes é que teremos uma geração de jovens que vieram de experiências produtivas no exterior e que, sem a infraestrutura apropriada, se tornarão profissionais frustrados”, diz Marcia Barbosa.

“O problema não é somente a descontinuidade das pesquisas em andamento, mas sobretudo o efeito desmotivador que isso produz nos estudantes de pós-graduação e nos cientistas mais jovens”, complementa José Wellington Tabosa, físico da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). “Um mínimo de regularidade orçamentária é fundamental para o planejamento de qualquer atividade, principalmente em ciência e tecnologia, onde a interrupção de um projeto de pesquisa, mesmo por um curto tempo, pode significar o seu fim.”

“O Ciência Sem Fronteiras é um programa para treinar no exterior pesquisadores para o futuro. Mas não haverá futuro se agora não construirmos a infraestrutura científica necessária”, prossegue Marcia Barbosa.

Mais ameaças no horizonte

Além de seu impacto imediato no financiamento à pesquisa, com todos os malefícios que ele traz no fomento a uma estrutura robusta de CTI no país, os cortes prejudicam muito programas de pesquisa que, por sua própria natureza, exigem comprometimento constante e de longo prazo.

“Um exemplo é o caso da Física Experimental de Altas Energias onde os projetos levam anos para serem implementados, e os experimentos operam por dezenas de anos”, menciona Sergio Novaes, físico da UNESP (Universidade Estadual Paulista) envolvido com um dos experimentos instalados no LHC (Large Hadron Collider), o maior acelerador de partículas do mundo, instalado no CERN (Centro Europeu para Física de Partículas), na divisa entre a França e a Suíça.

“O envolvimento nesses experimentos requer compromissos de longo prazo, que exigem acima de tudo uma estabilidade no financiamento”, diz Novaes. “Não cumprir com as responsabilidades assumidas compromete a credibilidade da ciência brasileira perante os grupos e laboratórios internacionais e vai na contramão dos esforços brasileiros recentes de internacionalização da ciência produzida no país.”

Interessante lembrar que o Brasil iniciou um esforço consistente de inserção de sua ciência no contexto internacional, buscando parcerias com instituições como o CERN e o ESO, que constituem o que há de mais relevante em seus segmentos (física de partículas e astronomia). A instabilidade orçamentária, se não leva diretamente à inadimplência, certamente criará trepidações nas relações com os países participantes desses consórcios, que podem temer que o Brasil não cumpra com suas obrigações depois de negociar seu ingresso nas organizações.

Nano-orçamento

Outra área que está na fronteira da ciência hoje e que pode ser prejudicada fortemente pelos cortes orçamentários é o desenvolvimento da nanotecnologia. O país teve a chance de embarcar nessa onda – que ambiciona o desenvolvimento de dispositivos e materiais construídos nas menores escalas possíveis, muitas vezes feitas de alguns poucos átomos, com potencial tecnológico revolucionário –, mas não conseguiu. “Infelizmente nessa área o país vem patinando há vários anos, com mudanças constantes de coordenação e políticas desconcertadas”, afirma Marcos Pimenta, especialista em nanotecnologia na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Mesmo em sua plenitude, o orçamento nacional dedicado às “nanos” sempre foi modesto, se comparado a outros países. “Só para termos um parâmetro de comparação, Singapura está gastando US$ 100 milhões só em um centro para estudar e desenvolver tecnologias baseadas no grafeno [forma molecular de carbono que o torna extremamente promissor para aplicações]”, diz Fernando Lázaro, diretor do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas). “No Brasil, em 2011, devemos ter gasto ou prometido gastar menos que 10% desse valor em todas as diferentes vertentes das nanociências. Se essa situação não for revertida rapidamente, o Brasil não vai ter um papel minimamente relevante nesse segmento.”

Adalberto Fazzio, físico da USP, assumiu em 2011 a coordenação da área de nanotecnologia no MCTI e tem feito grande esforço para finalmente organizar as ações nessa área. “Ele propôs inclusive um arranjo interministerial para uma política geral do governo sobre nanotecnologia”, diz Pimenta. “Mas o corte no orçamento pode vir a prejudicar seu trabalho.”

A busca pela reversão

O MCTI ainda está por anunciar publicamente em que áreas especificamente os cortes incidirão, mas nesse momento Luiz Davidovich acha que o foco da comunidade científica deve ser em enfaticamente mobilizar governo e sociedade civil para impedir que o contingenciamento venha a acontecer de fato. “Temos de protestar veementemente contra essa política, que compromete o futuro de nosso país.”

Há esperança, entre os cientistas, de que esse corte violento e sistemático possa ser contornado. “Espero que haja uma reversão dessa decisão e que, ao longo do ano, possamos recompor o orçamento do MCTI e recuperar as perdas que certamente ocorrerão”, diz Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, físico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e diretor-geral da Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron (ABTLuS).

Em nota oficial, a SBF pede ao governo federal que reveja os limites de despesas presentemente estabelecidos, de forma que o mínimo de consistência na política científica brasileira possa ser preservado. Em risco está nada menos que o futuro desenvolvimento do país. "

Fonte: SBF

Nota notaveisinotaveis: Lembrando ao leitor que o MCT mudou de nome sob a batuta do atual ministro da Educação A. Mercadante (aquele que azeitou sua tese de doutorado obtido na Unicamp, leia aqui). Passou a se chamar MCTI. Esse grande "I" parece com a palavra incompetência? Leia aqui.

É possível ser menos desonesto.

Sempre tive a impressão que ser honesto pode ser difícil para uma grande parcela dos políticos brasileiros. De fato, vai dia entra dia as cenas de corrupções são mais e mais evidentes. Não adianta lastimar. Eles estão por aí tal qual hienas devoradoras. Mas não por um animal na selva. Ao contrário das hienas que comem para manter sua sobrevivência, a maioria esmagadora dos corruptos políticos brasileiros (junte a eles os seus asseclas e similares) são hienas da busca da vida fácil e cheia de pompa aos custos dos cofres da união regada a valores cada vez maiores de números que superlotam seus caixas (sejam de bancos ou da própria casa). Eis, contudo que por coisas (também da natureza) existem pontos fora da curva. E esse ponto da curva pode ser tachado como mau exemplo aos olhos dessa raça desonesta. O fato é que recebi uma mensagem eletrônica que fui conferir na íntegra. E eis que era verdadeira e reproduzo parte do texto, publicado pela IstoÉ online, logo abaixo.


"JOSÉ ANTÔNIO REGUFFE 

Um homem ficha limpa

Aos 38 anos, o economista José Antônio Reguffe (PDT-DF) foi eleito deputado federal com a maior votação proporcional do País – 18,95% dos votos válidos (266.465 mil) no Distrito Federal. Caiu no gosto do eleitorado graças às posturas éticas adotadas como deputado distrital. Seus futuros colegas na Câmara dos Deputados que se preparem. Na Câmara Legislativa de Brasília, o político desagradou aos próprios pares ao abrir mão dos salários extras, de 14 dos 23 assessores e da verba indenizatória, economizando cerca de R$ 3 milhões em quatro anos. A partir de 2011, Reguffe pretende repetir a dose, mesmo ciente de que seu exemplo saneador vai contrariar a maioria dos 513 deputados federais. Promete não usar um único centavo da cota de passagens, dispensar o 14º e 15º salários, o auxílio-moradia e reduzir de R$ 13 mil para R$ 10 mil a cota de gabinete. “O mau político vai me odiar. Eu sei que é difícil trabalhar num lugar onde a maioria o odeia. Quero provar que é possível exercer o mandato parlamentar desperdiçando menos dinheiro dos cofres públicos”, disse em entrevista à ISTOÉ. " Leia mais >>